8 de fev. de 2010

Síndrome de Asperger

De acordo com Teixeira (2006), a "Síndrome de Asperger é o termo aplicado ao mais suave e de alta funcionalidade daquilo que é conhecido como o espectro de desordens pervasivas (presentes e perceptíveis a todo o tempo) de desenvolvimento (espectro do Autismo)". 

Tem como característica desvios em três aspectos do desenvolvimento: interação social, uso da linguagem e algumas características repetitivas  sobre um número limitado, porém intenso, de interesses. As pessoas com essa síndrome podem ter altas habilidades e muitas vezes são chamadas de nerds, sendo mais comum em homens do que em mulheres. É uma desordem neurobiológica, portanto nada tem haver com educação dada pela família. 

O  critério do DSM-IV para diagnóstico de Síndrome de Asperger( SA), inclui a presença de:

Particularidades qualitativas na interação social, envolvendo alguns ou todos de entre:

uso de peculiaridade no comportamento não-verbal para regular a interação social;
falha no desenvolvimento de relações com pares da sua idade;
falta de interesse espontâneo em dividir experiências com outros;
falta de reciprocidade emocional e social.

Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades
envolvendo:

preocupação com um ou mais padrões de interesse restritos e estereotipados;
inflexibilidade a rotinas e rituais não funcionais específicos;
maneirismos motores estereotipados ou repetitivos, ou preocupação com partes de
objetos.



Critérios Diagnósticos para F84.5 - 299.80 Transtorno de Asperger


A. Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos
seguintes quesitos:


(1) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social. (respostas socialmente inapropriadas,
uso limitado de gestos; linguagem corporal desajeitada;expressões faciais limitadas ou impróprias; olhar fixo peculiar; dificuldades de ajuste a proximidade física.)

(2) fracasso para desenvolver relacionamentos apropriados ao nível de desenvolvimento com seus pares (isolamento social, com extremo egocentrismo,falta de habilidades para interagir)

(3) ausência de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas)

(4) falta de reciprocidade social ou emocional



B. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos:


(1) insistente preocupação com um ou mais padrões estereotipados e restritos de
interesses, anormal em intensidade ou foco (mais rotinas que memorizações;
relativa exclusividade de interesses.)

(2) adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais (rotinas e rituais que podem ser auto-impostos; impostos por outros)

(3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., dar pancadinhas ou torcer as mãos ou os dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)

(4) insistente preocupação com partes de objetos ( os interesses são mais frequentes por áreas intelectuais específicas)


Quanto ao tratamento:


"O Treino de Competências Sociais é um dos mais importantes componentes do programa de tratamento".Teixeira (2006) pois, as crianças podem ser ajudadas na aprendizagem social . Pode-se ensinar a linguagem corporal e a comunicação não-verbal , essas crianças são capazes de aprender como interpretar expressões não-verbais, emoções e interações sociais. O tratamento pode prevenir o isolamento e a depressão, que comumente ocorrem ao entrarem na adolescência.
Quando adolescentes podem ser  beneficiados através de grupos terapêuticos que podem  ensiná-los a usar a mesma linguagem que as pessoas da sua idade. Quanto ao tratamento farmacológico, cabe ao psiquiatra indicá-lo ou não.

O que os professores precisam saber:

A SA é muito mais leve que o autismo tradicional, os alunos conseguem interagir , mas, apresentam dificuldades, muitas vezes são chamados de nerds e se sentem inadequados, tendem ao isolamento social, são identificados como crianças "que vivem no mundo da lua", quando na verdade, esses alunos apresentam uma desordem de desenvolvimento que os levam a comportarem-se e a responder de
forma diferente do restante dos estudantes. São alunos com necessidades especiais.

Quanto ao cotidiano escolar:


As rotinas de classe devem ser mantidas tão consistentes, estruturadas e previsíveis quanto possível.  as crianças devem ser preparadas previamente, para mudanças e transições, inclusive as relacionadas a  agenda, dias de férias, etc.;
As regras devem ser aplicadas cuidadosamente. Muitas dessas crianças podem ser nitidamente rígidas quanto a seguir regras quase que literalmente. É útil expressar as regras claramente, de preferência por escrito, embora devam ser aplicadas com alguma flexibilidade;
A equipe deve tirar toda vantagem possível das áreas de especial interesse quando lecionado. A criança aprenderá melhor quando a área de alto interesse pessoal estiver na agenda. Os professores podem conectar criativamente as áreas de interesse .
Muitas crianças respondem bem a estímulos visuais: esquemas, mapas, listas, figuras, etc.

Tentar ensinar baseado no concreto. Evitar linguagem que possa ser interpretada erroneamente por crianças com sa, como sarcasmo, linguagem figurada confusa, etc.
Procurar interromper e simplificar conceitos de linguagem mais abstratos;
Ensino didático e explícito de estratégias pode ser muito útil para ajudar a criança a ganhar proficiência em “funções executivas” como organização e habilidades de estudo;
Tentar evitar luta de forças. Essas crianças frequentemente não entendem demonstrações rígidas e teimosos se forçados. É sempre preferível, se possível, antecipar essas situações e tomar ações preventivas para evitar a confrontação através de serenidade, negociação, apresentação de escolhas ou dispersão de atenção. 

Referência Bibliográfica:



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