Leia a prova em voz alta e verifique se os alunos entenderam o que foi perguntado, se compreenderam o que se espera que e como deve ser feito .
O disléxico também tende a ter dificuldade para ler, portanto as avaliações precisam conter algumas adaptações:
· Avaliações que contenham exclusivamente textos, principalmente textos longos, não devem ser aplicadas, ou seja, a utilização de textos científicos ou literários ( como os poéticos), cheios de terminologia específica, de simbolismos, de eufemismos, de vocábulos com múltiplas conotações para que o aluno os interprete, é totalmente desaconselhável. Caso esses tipos de texto sejam necessário, recorra à oralidade;
· Utilize uma única fonte em toda a prova , evitando-se misturas de fontes e de tamanhos, principalmente as manuscritas, as itálicas e as rebuscadas, pois, misturar as fontes só serve para confundir.
· Dê preferência a avaliações orais, pois , feitas em tom de conversa, o aluno se descontrai e tem a oportunidade de dizer o que sabe sobre o assunto em questão;
· Não utilize como ferramenta, livros para leituras paralelas. Ao invés disso proponha outras ferramentas: como assistir a um filme, a um documentário, a uma peça de teatro; visitar um museu, um laboratório, uma instituição, quadrinhos, animações, utilizar programas de informática;
· Ao elaborar questões falso-verdadeiro, proceda assim: construa um número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as falsas;· Evite o uso de afirmações negativas e de expressões absolutas;
· Construa as afirmações com clareza, e se possível, com a mesma extensão;
· Inclua somente uma idéia em cada afirmação; tratando de um só assunto em cada questão;
· Ao usar questões de lacuna, faça com que a lacuna corresponda à palavra ou expressão significativa, sendo assim, que envolva conceitos e conhecimentos básicos e essenciais e não detalhes secundários;
· Conserve sempre a terminologia presente no livro trabalhado ou no registro feito em aula.
· Redija a prova observando as direções da escrita (da esquerda para a direita e de cima para baixo) em todo o corpo da folha.
Não privilegie a memorização de nomes, datas, fórmulas, regras gramaticais, espécies, definições, etc. Se essas informações forem necessárias, forneça-as ao aluno (verbalmente ou por escrito) para que ele possa consultá-las e empregá-las no seu raciocínio ou na resolução do problema. Privilegie sim, a avaliação de conceitos e de habilidades e não de definições;
· Permita a utilização de tabuada, calculadora, gravador, anotações, dicionários e outros registros durante as avaliações;
É interessante utilizar questões em que o aluno possa demonstrar o que aprendeu completando, destacando, identificando, relacionando ou reconhecendo informações ali contidas.
O aluno disléxico ou com outras dificuldades de aprendizagem tende a ser lento
Dê-lhe mais tempo para realizar a prova;
Se o aluno preferir, possibilite- o fazer a prova num outro ambiente da escola (sala de orientação, biblioteca, sala de grupo);
Considere que o disléxico já tem dificuldade para automatizar o código lingüístico da sua própria Língua e isso se acentua em relação à língua estrangeira.
Sempre que possível, prepare uma avaliação individualizada. O ideal é que os instrumentais de avaliação sejam elaborados de acordo com as características do aluno disléxico.
Ao corrigir a avaliação:
valorize não só o que está explícito como também o implícito e adapte os critérios de correção para a sua realidade;
· É desaconselhável fazer anotações na folha da prova (principalmente juízos de valor);
· Não coloque a nota sem antes:
Retomar a prova com o aluno e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu;
Pesquisar sobre a natureza do(s) erro(s) cometido(s): ex.: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente ? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito (ou a fórmula) mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada? Em que errou e por que errou?
Ajuriaguerra J. de e outros. A dislexia em questão: dificuldades e fracassos na aprendizagem da língua escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1984.
Welchman, Marion. Dislexia: suas dúvidas respondidas. Tradução de Maria Angela N. Nico e Eliane M. R. Colorni. São Paulo, ABD, 1995.
Ianhez, Maria Eugênia. Nem sempre é o que parece: vencendo as barreiras da Dislexia. S. Paulo: Alegro, 2001.
VVAA, Dislexia: cérebro, cognição e aprendizagem. S.Paulo: Frôntis Editorial, 2000.
Um comentário:
Uma pessoa que entrega trabalhos com erros pode ter dislexia? Conheço uma pessoa que se está pedindo algo sobre um tema ela escreve coisas que não tem a ver com que está pedindo. Ela copia um grande texto que na verdade não está falando sobre o que foi pedido.
Isso é dislexia ou somente erro na interpretação? Gostaria de saber para poder ajudá-la.
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