12 de jun. de 2009

Psicoterapia corporal

A psicoterapia corporal ou somática emergiu da obra de Wilhelm Reich, depois de seu afastamento do movimento psicanalítico. Seu desenvolvimento tem como suporte teórico-filosófico, além das idéias oriundas da psicanálise, a fenomenologia e o existencialismo, interagindo na sua proposta de prática clínica com a gestalt-terapia, o psicodrama e as abordagens reunidas sob a denominação de "movimento pelo potencial humano".
No interior da fenomenologia e influenciado pelo gestaltismo, Merleau-Ponty, ocupando a cátedra de Bergson, anuncia uma concepção que caracteriza todo o espectro da psicoterapia somática:

"Não é preciso dizer que nosso corpo está no espaço, nem está no tempo. Ele habita o espaço e o tempo (...) Eu não estou diante de meu corpo, estou em meu corpo, ou melhor, eu sou meu corpo".

A psicoterapia somática propõe, através do contato com o corpo enquanto organismo vivo e expressivo, re-vivências de caráter emocional-afetivo, acompanhadas de uma tomada de consciência capaz de dar suporte à reestruturação do vivido, processo no qual o papel da relação terapêutica é fundamental.
É um trabalho no campo somato-afetivo, a partir da prática e da compreensão do que se sente e vive. Seu campo divide-se hoje em uma série de distintas vertentes: a orgonomia reichiana, a vegetoterapia-caracteroanalítica de Federico Navarro, a análise bioenergética de Alexander Lowen, a biossíntese de David Boadella, a psicologia biodinâmica de Gerda Boyesen e a psicologia formativa de Stanley Keleman, entre outros. Apesar das diferenças entre estas abordagens, suas concepções a respeito da interação entre os aspectos fisiológicos e orgânicos e os processos emocionais, afetivos e psíquicos, permitem a caracterização da psicoterapia corporal.

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